segunda-feira, junho 19, 2006

Figuras de Linguagem

A utilização indevida de figuras de linguagem me preocupa, sobretudo porque corrompe o debate. Hipérboles engendram estereótipos, eufemismos comprometem convicções e ironias são as máscaras preferidas dos cínicos. Muitas vozes contemporâneas importantes perdem espaço por causa de exageros desnecessários, e são jogadas no limbo como reacionárias. Por outro lado, viver buscando uma terceira via para qualquer coisa, da arte à política, é um emblemático sinal de covardia. Mas o pior é o descontrole da ironia. Trata-se de um subterfúgio de dificílimo domínio, que vicia e nutre a campanha sofista vigente. Prefiro fazer uma reverência a Machado de Assis e concentrar esforços no debate sincero, ainda que às vezes seja necessário me submeter ao rigor do método.

3 comentários:

Anônimo disse...

Concordo, camarada. "More matter, lesse art", one would say.

Abraço;
Márcio Guilherme.

Anônimo disse...

As figuras de linguagem (antítese, catacre, eufemismo, hipérbole, ironia, metonímia, paronomásia, perífrase, zeugma, etc e tal) são desvios da norma padrão de uma língua a fim de constituir novos recursos expressivos.

E o Gabriel é também uma figura, só que não é gramatical e sim humana. Estudioso, culto e grande amigo, este engenheiro é um filósofo amador e versado em diferentes saberes. Destaco, entre suas qualidades, a voracidade de leitura.

Gabriel Filártiga disse...

Márcio,
eu sei, meu amigo, eu sei...

Sérgio,
sua visita é uma honra. Volte sempre. E vamos à filosofia, ainda que pelo mais puro e sincero diletantismo.

Abraços,

Gabriel.