domingo, dezembro 31, 2006

Feliz Ano Novo

Sr. e Sra. Filártiga

Desejo um excelente 2007 para você e para sua família.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Queiroz, Helprin, Fraser & Silva

O tema do almoço, dia desses, foi a escolha de um livro muito bom que nos fizesse rir em voz alta. Não bastava ser engraçado, era preciso ser um primor da literatura. Eu estava interessado em definir minha lista de férias, e acabei convencido por Sir Carlinhos a incluir A Relíquia, de Eça de Queiroz.

Logo depois o Lord Alexandre Soares Silva riu alto, corrompido pelo entusiasmo, e indicou Freddy and Fredericka, de Mark Helprin, e Flashman, do George MacDonald Fraser. Fraser havia sido lembrado naquele almoço, mas descartamos obras sem tradução, o que foi uma grande bobagem.

Agora quero uma espreguiçadeira, com a brisa morna do verão litorâneo, e a família reunida para um banquete de Natal.

sábado, dezembro 16, 2006

Virtudes privadas, benefícios públicos.

Há quem condene a concorrência, alegando que ela provoca os vícios humanos. Mas somos vulcões e nossas paixões são lavas incandescentes. Nossos vícios já estão acesos, e qualquer coisa é capaz de alimentar seu fogo.

É facílimo encontrar o que provoque nossos vícios, o mais interessante é descobrir aquilo que desperta nossas virtudes. Pois digo que a mesma concorrência pode engendrar lealdade e nobreza. Se desejarmos vencer um adversário em dado momento, será contra nossos limites e receios que lutaremos no instante seguinte. É quando experimentamos um estágio de auto-superação, como nos duelos entre homens nobres. Antes de subjugar o adversário, precisamos exercitar nossas virtudes e dominar nossos vícios.

sábado, dezembro 09, 2006

Sobre o futuro

Acabar com as fraudes é obrigação do Estado. Não me venham com a ladainha de que essa é a solução para o problema da Previdência, com um pouco mais de crescimento econômico. O déficit é muito maior, precisamos tocar no assunto.

Um eficaz método para resolver problemas é a sua divisão em componentes menores. Como seria, por exemplo, se separássemos as contas da Previdência e da Assistência Social. Essa foi mais uma confusão criada em 1988.

O neo-socialismo

A essa altura de dezembro, acho que já posso classificar esse como o pior artigo do ano. Cada parágrafo merece uma refutação, mas vou me ater apenas aos pontos que considero dissimulados, porque também eu já fui vítima desse estelionato cultural. E vou economizar nas aspas, apenas por um capricho estético. Se você já leu o artigo, vamos adiante.

Não acho certo fazer parecer que a esquerda latino-americana possui uma grande diversidade de idéias e tendências enquanto, na verdade, ela se resume à "luta contra o imperialismo neoliberal globalizante". A diversidade está na liberdade de expressão, no pensamento não dogmático, na valorização do debate aberto. O que não me parece ser uma descrição desse novo socialismo.

E não é porque os novos socialistas foram eleitos democraticamente, que a liberdade política vai se tornar um valor. Hitler chegou ao poder através de um processo democrático. Acontece que a democracia é uma conquista, que precisa ser defendida e aprimorada. E não existe um nível tal de maturidade que garanta sua permanência. Ela é frágil e dependente, pois não suporta pressões intervencionistas e necessita do respaldo da liberdade individual, como valor. Ela não sobrevive ao socialismo, seja novo ou velho.

Por isso, é capcioso classificar as ditaduras latino-americanas como de direita, assim como acreditar que vivemos uma década de governos neoliberais. Fosse isto verdade, estaríamos mais para o Chile, Nova Zelândia e Irlanda, do que para Venezuela, Bolívia e Haiti.

Finalmente, volto aos conceitos. Populismo não é um jargão. É o abuso da dominação pelo carisma, quando sobrepuja as instituições e quebra contratos, estabelecendo uma relação direta com o povo, convertido em massa de manobra.

Apesar de o artigo ter provocado meu espírito liberal, o autor é até bastante compreensivo:

“É perfeitamente compreensível que alguns não gostem do que está acontecendo.”

Eu não gosto do que está acontecendo.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Rentistas safados

Está nos jornais que os "rentistas" deixam de realizar investimentos produtivos para especular no mercado financeiro. Será?

O termo "rentista", anglicismo de rent seeker, foi cunhado por Gordon Tullock, professor de Direito e Economia da Universidade George Mason e co-fundador da Teoria da Escolha Pública. Rent seeking é a busca por privilégios concedidos pelo Estado.

Se alguém está fazendo campanha política à espreita de um cargo de confiança, emprega parentes e amigos em instituições públicas e arruma esquemas para não pagar multas de trânsito, é um rentista. Ou se um empresário articula um lobby para proteger seu mercado através de uma "política industrial", e ainda faz doações em troca de favores: rentista safado.

Por outro lado, se você deixou de trocar de carro para comprar uns papéis da CVRD, emprestou mais um trocado para uma empresa de TI que abriu capital, e ainda ajudou o Tesouro Nacional a alongar a Dívida Pública comprando umas LTNs com vencimento em 2009, você não passa de um incurável e romântico nacionalista, sempre disposto a oferecer um pouco do seu suor para o desenvolvimento econômico de nossa grande e confusa nação.