segunda-feira, abril 30, 2007

The Bloody Old Nick

Jean-Jacques Rousseau, n’O Contrato Social, nota que Nicolau Maquiavel era um “homem honrado e bom cidadão”, e que “fingindo dar lições aos reis, deu-as, e grandes, aos povos”. Ele completa elegendo O Príncipe como “o livro dos republicanos”. Imagino que o Sr. Isaac Rousseau, seu pai, não utilizasse o termo “maquiavélico” apenas para os casos em que os fins justificassem os meios:

“ - Meu filho, seja mais maquiavélico.”, aconselhando Jean-Jacques a ser um pouco mais astuto, e a enfrentar os guris maiores na escola com virtú;

“- Menino deixe de ser maquiavélico!”, quando o pequeno J.J. fazia fita adotando uma boa dose de ego-antropocentrismo renascentista;

“- Sejamos maquiavélicos, pessoal.”, tentando aplicar um pouco de método científico para resolver um problema essencialmente político do cotidiano familiar, como decidir o programa da tarde de domingo;

“- Vá plantar batatas!”, colocando o jovem Rousseau de castigo, aplicando a máxima da dominação tirânica, a de que é melhor ser temido do que amado.

Por essas e por outras, muita gente acha injustiça dos ingleses o uso da expressão Old Nick.

segunda-feira, abril 23, 2007

"You never know how Beethoven is going to affect someone"

Para Luiza e sua Vovó.

Amenidades: 7 Maravilhas

Não votei na campanha das New 7 Wonders"™", mas listei minhas human-built maravilhas das 10h59min de 23/04/07:

1. Família;
2. Dipirona sódica;
3. Formule #1: pain, vin, fromage, chocolat (roubei nessa, e daí?);
4. Música de câmara;
5. Metas;
6. Internet;
7. Surfe.

domingo, abril 15, 2007

A Terra Prometida

The Economist e The Mckinsey Quarterly estão falando sobre as promessas da nossa terra.

A primeira faz aquela velha pergunta: se o Brasil é grande, democrático, com economia estável e rico em recursos, por que cargas d'água não está indo muito melhor? E acaba na conclusão de que "the main obstacle to progress is the state itself".

A Mckinsey fala sobre as oportunidades de negócio no provável Brasil investment-grade, com a ressalva de que grande parte do otimismo vem da força do mercado de commodities. E chega a enumerar cinco prioridades para alcançarmos 7% a.a. do PIB:
1. Combater a economia informal que prejudica a concorrência;
2. Reduzir as despesas do governo, que resultam em alto nível de impostos e baixo de investimentos;
3. Ganhar eficiência no sistema judicial e em outros serviços públicos;
4. Infra-estrutura.

Seria mais do mesmo, não fosse o tema da quinta prioridade da Mckinsey, que também está na Economist. Trata-se da necessidade do comprometimento do País com essas idéias. Um comprometimento que torna urgente uma mudança cultural, para uma visão de sociedade que não projete a solução de todos os seus problemas no Estado.

domingo, abril 08, 2007

sexta-feira, abril 06, 2007

Contra o neo-socialismo: livre comércio.

A Fundación para el Análisis y los Estudios Sociales (FAES), dirigida pelo ex-Presidente del Gobierno espanhol José María Aznar, publicou recentemente o documento "América Latina: una agenda de Libertad". Me chamaram a atenção a dureza contra o "socialismo do século XXI", e as propostas para que as nações latino-americanas fortaleçam suas relações com a Península Ibérica e com os Estados Unidos. Me parece uma grande oportunidade para a Rodada de Doha.

No lançamento, Aznar falou sobre a condição ocidental da América Latina:

"Occidente es un sistema de valores universales. Esos valores han permitido los mayores avances de la humanidad. Son valores que se basan en un concepto de la persona como ser libre y responsable, titular de una dignidad inalienable y de unos derechos fundamentales previos a cualquier sistema político. La democracia, el Estado de Derecho, los derechos humanos y las libertades individuales son los principios que se encuentran en el corazón mismo de la civilización occidental.
(...)
Ante América Latina se abren dos caminos opuestos. Un camino aleja de las sociedades abiertas, libres y prósperas. Tenemos suficiente experiencia histórica para saber cómo acaba esa ruta. Quienes hoy proponen seguir esta vía se nutren de ideas caducas: del populismo revolucionario, del neoestatismo, del indigenismo racista y del militarismo nacionalista. Ninguna de ellas es desconocida en Iberoamérica.
(...)
No hay destinos ineludibles ni maldiciones en la Historia. América Latina puede avanzar por la vía que han recorrido los países que tienen éxito. El camino de la apertura al mundo, de la democracia, del respeto por las libertades individuales y de la vigencia efectiva del Estado de Derecho. Un camino que atrae inversiones, genera crecimiento, incentiva a los emprendedores, crea empleo y reduce la pobreza. Un camino de éxito, democracia y libertad."

Vale a pena passar os olhos no documento e assistir ao vídeo do lançamento. Afinal, a Espanha cresce ininterruptamente há mais de 30 anos.

domingo, abril 01, 2007

Parceria Público-Privada (PPP)

No Brasil, Parceria Público-Privada é o seguinte:

O poder público cria um caos aéreo e as empresas aproveitam para fazer lotação, desprezando os consumidores. Daí, os nacionalistas torcem para uma empresa brasileira comprar a Varig, descartando os benefícios da concorrência. Depois, a opinião pública concorda que pouca gente usa avião, ignorando o conceito de logística. Por fim, públicos e privados reclamam da velha herança maldita.

Enqüanto o negócio é comigo, tudo bem. Eu agüento desprezo, "nacionalismo" e ignorância. Posso me defender, votar e até dar o fora daqui (de navio). Mas esse papo de "herança maldita" é um desrespeito a todas as nossa árvores genealógicas. Algum senhor de cartola e monóculos devia dar umas bengaladas nesses moleques.