terça-feira, agosto 14, 2007

Locke, Hume & Montesquieu

Le Serment des Horaces: Jacques-Louis David. Museu do Louvre, Paris.

Mesmo se optarmos por suspender o juízo acerca do que é a verdade, podemos investigar a nós mesmos e a nossas contingências a partir da indagação epistemológica sobre o que é verdadeiro, buscando diretamente na experiência humana nossos conceitos e idéias. É na história que observamos, de tempos em tempos, as conseqüências de idéias provenientes do indissolúvel conflito das filosofias. É justamente na experiência humana que a filosofia se faz política, incessantemente construindo mundos imaginários que influenciam a organização da sociedade, por meio da qual, segundo Aristóteles, o homem se realiza.

A opção pelo caminho da experiência humana encontra, invariavelmente, John Locke, David Hume e Montesquieu. A importância do estudo de suas teorias está, sobretudo, na influência das idéias destes homens sobre a vida, na força com a qual seus mundos imaginários dirigiram o rumo da história, desde as revoluções liberais. O empirismo inglês se opõe à escolástica medieval, afastando-se, até certo ponto, das questões rigorosamente metafísicas, e se diferencia da filosofia do racionalismo, desenvolvendo um método indutivo e sensualista. O racionalismo jusnaturalista, presente em Locke, sofre o baque do ceticismo de Hume, mas volta em Montesquieu para compor, ao lado do empirismo, as bases do iluminismo francês. Em perspectiva política, nasce desta composição a ideologia partidária da liberdade, do governo representativo e da tolerância, que constitui o Norte da vida do homem ocidental desde então.

Entretanto, como se sustenta essa ideologia? Por que cremos nela? Vamos tentar estudar as bases filosóficas de Locke, Hume e Montesquieu, e suas teorias políticas, para lançar um pouco de luz sobre estas perguntas.

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