quarta-feira, janeiro 03, 2007

O Álamo

Na segurança pública reside a justificativa da existência do Estado. Oferecer qualidade em educação, saúde ou em qualquer serviço público, sem segurança, é como arrumar o quarto de um filho morto.

Incapaz de garantir paz e justiça, o Estado se torna inviável, pois a sociedade deixa de ter motivos para delegar o poder de preservação da vida. Quebra-se a legitimidade do monopólio da violência, cada indivíduo reassume seus deveres na medida de seus valores morais, e organizam-se as milícias.

Em face do estado de natureza ao qual retornamos no Rio e em São Paulo, a Polícia Federal já poderia começar um mutirão para autorizar o porte de armas de fogo, conforme previsto em lei, para que as mães continuem a arrumar o quarto de seus filhos, vivos. A esperança de que a classe média não acabará por criar suas milícias não está no Far West, mas no bang-bang.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ou chamar grupos de mercenários estrangeiros como a Dyncorp.

Gabriel Filártiga disse...

Daniel,
está cada vez mais difícil separar mocinhos e bandidos, não é verdade?
Bem-vindo,
Gabriel.