terça-feira, janeiro 09, 2007

Incoerência

Ouvi, certa vez, em uma palestra sobre desenvolvimento econômico, uma passagem da interessante vida de John Maynard Keynes. Dizia que ele fora questionado, em um programa de rádio, sobre a incoerência entre o que havia escrito e as idéias que estava defendendo então. Para o que ele respondeu:“Quando estou errado, eu mudo. E você?”.

Sempre aparece um grupo de políticos, ou partido, que se intitula detentor da ética. Depois vemos eleitores choramingando suas decepções e buscando, ingênuos, consolação no novo baluarte da moral. E assim segue o rebanho, dia após dia, mais preocupado com coerência do que com a verdade.

Como é bela a incoerência de não persistir no erro.

6 comentários:

Anônimo disse...

Excelente.

E tem gente que admira imbecis porque "eles foram até o fim" e/ou porque "eles nunca desistiram de seus ideais".

Marcos Matamoros disse...
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Marcos Matamoros disse...
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Marcos Matamoros disse...

O Oscar Niemeyer é coerente: tem 99 anos e continua achando que o Stálin era um sujeito batuta. O Fernando Morais é coerente: gosta do Fidel e acha que não há problema se o sucessor dele for o irmão Raúl. Oscar Wilde disse que a coerência é a característica dos sem imaginação, ou alguma coisa parecida. Talvez seja também a característica dos sem vergonha na cara
Um abraço,
Marcos

Guga Schultze disse...

Na verdade a gente usa erradamente a palavra. Coerência é uma coisa que acontece às vezes. Ficamos felizes em alcançar alguma coerência; depois temos que correr atrás dela, de novo. Outra coerência. Vão se renovando. O que o pessoal chama de coerência é outra coisa, é uma rigidez burra.
Bem lembrado o post!

Gabriel Filártiga disse...

Fala Christian,
é bom ver seu blog no ar novamente.

Grande Matamoros,
lembra da mulher do Goebbels, no filme "A Queda", envenenando os filhos? Haja coerência...

Como vai Schultze?
Você me fez correr ao dicionário, o que é sempre um tempo bem empregado. Valeu.

Abraços,
Gabriel.