quarta-feira, junho 25, 2008

Joseph A. Schumpeter

Em Capitalismo, Socialismo e Democracia, Schumpeter discute “a natureza humana na política”, investigando a independência da vontade do eleitor, sua capacidade de interpretação dos fatos e seu poder de realizar inferências racionais. Ele argumenta que todos os grupos, ainda que não estejam reunidos fisicamente, facilmente se transformam em multidões psicológicas, perdendo capacidade de ponderação racional. Assim como os consumidores, os indivíduos parecem permeáveis à influência da propaganda e da persuasão.

Para Schumpeter, a intenção de agir racionalmente está restrita às coisas que se referem diretamente ao indivíduo, tais como sua família, negócios, passatempos, amigos, cidade, bairro, igreja e demais grupos sociais dos quais participe. Trata-se de um campo que ele pode influenciar e sobre o qual sua mente alcança “um senso pleno de realidade”. Um conjunto de aspectos de sua vida pelo qual ele “desenvolve um tipo de responsabilidade induzida por uma relação direta com os efeitos favoráveis ou desfavoráveis de determinado curso de ação". Dessa forma, há assuntos públicos que estão mais ao alcance dos cidadãos que outros. Nos negócios nacionais e internacionais sem vínculo com as preocupações individuais é reduzido o senso de realidade, o que reduz o senso de responsabilidade e extingue o desejo efetivo. Ainda que cada um possua suas próprias expressões, preferências e implicâncias, elas não chegam a ser o que se chama de vontade, “a contraparte psíquica de uma ação responsável e com objetivos”.

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