quinta-feira, agosto 17, 2006

Introdução à Economia I

Percebi, repentinamente, que estava com sede. Aquela sede que dá na praia, salgada. Uma baita preguiça de andar até o quiosque para comprar um côco. No Rio não tem aquele nordestino que vem, montado em um jegue, vendendo côco e macaxeira, como tem em Aracaju (ou tinha, não sei). Quando minha língua começou a grudar no céu da boca, empreendi mais uma aventura de inesquecível e profundo aprendizado.

O cenário era de inflação alta, desequilíbrio fiscal, volatilidade cambial e alta do côco. Fiquei indignado ao me lembrar que não era verão, e acabei comprando uma cerveja. Não sei se alguém que estava ao meu lado percebeu meu descontentamento, ou se eu mesmo (óbvio que fui eu), em um lapso momentâneo de total imbecilidade e presunção, comentei:
- Até parece que esse côco acompanha o preço do dólar.
O Economista Chefe do quiosque respondeu, de cima de suas sandálias havaianas, de dentro de um camisão vermelho, sob a lâmina de um facão em queda livre, enquanto eu me arrependia:
- O côco não, mas a gasolina que transporta o côco acompanha.

Depois eu ainda conheci um catador de latas preocupado com o mercado de commodities.

2 comentários:

Anônimo disse...

É, meu caro...

Efeitos da Globalização, da Era da Informação e da estabilidade (mesmo que pouca) econômica.

Salve a Água de Côco pós-moderna!!!
Salve os vendedores globalizados, com suas havaianas iguais às da Naomi, às da Cláudia Schiffer, às da Carla Perez, e às da Maria da Silva , minha faxineira.

Gabriel Filártiga disse...

Nunca me chamaram de ininteligível assim, tão descaradamente...

Salve Rato!

Gabriel.