sábado, fevereiro 09, 2008

Espelho do Mundo

Há muitas entrevistas interessantes no documentário "Janela da Alma", de João Jardim e Walter Carvalho. Oliver Sacks, Win Wenders, Antonio Cícero e José Saramago fazem reflexões interessantes, mas não passam da velha e universal alegoria da caverna. Achei engraçado, certa vez, alguém dizer que esta metáfora de Platão serve para qualquer coisa.

Acho que o depoimento que vai além, e chega a uma teoria do conhecimento mesmo, refletida em algo inteiramente pessoal, é o do poeta Manoel de Barros. Este é o trecho que mais gosto:

"O primitivo manda na minha alma. Não entra pelo olho. O olho vê, a
lembrança revê. O poeta transfigura o real e isso é o mais importante."

Há uma diferença muito grande entre citar filosofia e filosofar. Talvez ela esteja justamente na despreocupação do artista em filosofar. Não sei.

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