domingo, novembro 02, 2008

Franderland e as Comunidades Epistêmicas

Muita gente acha, quando conto as aventuras de Charles Louis Franderland, que se trata de um alter ego. Mas ele é apenas um conhecido meu de São Gonçalo, RJ, que subiu na vida sendo inteligente e curioso. Decidiu estudar Direito tão cedo quanto perdeu a virgindade, e carrega aquele ar de indiferença típico de quem conquistou o que tem sem dever favores.

Franderland é um camarada eclético a ponto de escutar Beethoven bebendo um single malt, enquanto se prepara para levar sua mulher a um show da Ivete Sangalo. Ele transita com desenvoltura pelas mais incompatíveis comunidades epistêmicas e, o que é mais estranho, diz ser feliz assim.

Outro dia, em uma confraternização de amigos advogados, alguém falou que Rui Barbosa seria o único nome com envergadura para ser enterrado em um hipotético mimético Pantheón brasileiro, sob o epitáfio: "Aux grands hommes, la patrie reconnaissante". Franderland pensou alto:
- Rui Barbosa, a Asa de Águia!

Como ele mesmo foi o primeiro a rir, muito da sua dignidade jurídica foi preservada. Mas foram meses de apelidos com nomes de bandas de música baiana para Franderland aprender que muito desprendimento também tem suas vicissitudes.