A perspectiva ética – parte 3/3
Resumo do capítulo de introdução do livro "Vícios Privados, Benefícios Públicos?", Eduardo Giannetti da Fonseca.
A história das idéias revela a existência de pelo menos três importantes correntes de pensamento filosófico econômico nas quais a explicação do hiato – da distância entre o que somos e o que aspiramos ser – é atribuída a fatores predominantemente morais e ligados à conduta individual.
A primeira delas é examinada e rejeitada no primeiro capítulo. Trata-se da tese do “neolítico moral”, segundo a qual os problemas têm origem na disparidade entre o desenvolvimento científico, tecnológico e econômico, por um lado, e a falta de desenvolvimento moral, pelo outro. A segunda enfatiza a importância da moralidade cívica como fator de sobrevivência comunitária e do grau de coesão social. A terceira corrente procura mostrar o papel da moral no desempenho das economias nacionais.
O argumento central de Giannetti, segundo ele mesmo coloca, pode ser resumido em duas proposições básicas: 1) as regras do jogo e a qualidade dos jogadores são os dois elementos essenciais de qualquer sistema econômico; e 2) a qualidade dos jogadores – as variações de motivação e conduta na ação individual – afeta a natureza das regras do jogo e exerce, juntamente com elas, um papel decisivo no desempenho da economia. Se 1) e 2) podem ser aceitas, então a tese que se tornou dominante na teoria econômica do pós-guerra – a noção de que o auto-interesse dentro da lei basta, e as regras do jogo do mercado significam férias morais para os jogadores – deve ser rejeitada. A mão invisível de Adam Smith continua válida, mas a base comportamental adequada para que ela possa funcionar a contento precisa ser melhor compreendida. O paradoxo do egoísmo ético – “vícios privados, benefícios públicos” – cede lugar ao aforismo: virtudes privadas, benefícios públicos.
2 comentários:
Gostei mais do seu blog assim; low profile...
Grande abraço!
Alexandre Marçal
OBS.: Niltinho tá na área blogueira. www.musicapraque.blogspot.com
Opa,
valeu Alexandre.
Abraço,
Gabriel.
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