The Bloody Old Nick
Jean-Jacques Rousseau, n’O Contrato Social, nota que Nicolau Maquiavel era um “homem honrado e bom cidadão”, e que “fingindo dar lições aos reis, deu-as, e grandes, aos povos”. Ele completa elegendo O Príncipe como “o livro dos republicanos”. Imagino que o Sr. Isaac Rousseau, seu pai, não utilizasse o termo “maquiavélico” apenas para os casos em que os fins justificassem os meios:
“ - Meu filho, seja mais maquiavélico.”, aconselhando Jean-Jacques a ser um pouco mais astuto, e a enfrentar os guris maiores na escola com virtú;
“- Menino deixe de ser maquiavélico!”, quando o pequeno J.J. fazia fita adotando uma boa dose de ego-antropocentrismo renascentista;
“- Sejamos maquiavélicos, pessoal.”, tentando aplicar um pouco de método científico para resolver um problema essencialmente político do cotidiano familiar, como decidir o programa da tarde de domingo;
“- Vá plantar batatas!”, colocando o jovem Rousseau de castigo, aplicando a máxima da dominação tirânica, a de que é melhor ser temido do que amado.
Por essas e por outras, muita gente acha injustiça dos ingleses o uso da expressão Old Nick.