terça-feira, agosto 12, 2008

The New American Realism

"We Americans engage in foreign policy because we have to, not because we want to,
and this is a healthy disposition -- it is that of a republic, not an empire."

Condoleezza Rice, Secretária de Estado dos EUA, faz um detalhado balanço da política externa de seu país na última Foreign Affairs. Ela explica a tentativa histórica dos EUA de aliarem "força e princípios (realismo e idealismo)", analisando a hipótese do "desenvolvimento democrático":

"The old dichotomy between realism and idealism has never really applied to the United States, because we do not really accept that our national interest and our universal ideals are at odds. For our nation, it has always been a matter of perspective. Even when our interests and ideals come into tension in the short run, we believe that in the long run they are indivisible."

Apesar do foco no Oriente Médio, como era de se esperar, Rice destaca diversas regiões do mundo. Ela cita, inclusive, a importância da parceria estratégica com o Brasil, a busca por fontes de energia limpa e a possibilidade de extensão do Conselho de Segurança da ONU.

A conclusão do artigo passa pela pergunta:

"Is the United States up to the challenge, or, as some fear and assert these days, is the United States a nation in decline?"


Para Rice, os EUA continuarão fortes porque seus cidadãos são capazes de absorver diferentes culturas, possuem valores de inovação e empreendedorismo e priorizam um sistema de educação que ensina a pensar.

Leia aqui, escutando aqui, ao mesmo tempo.

Carla Bruni, Tout le Monde



"Seria preciso que todo mundo pedisse
junto às autoridades,
uma lei contra toda nossa solidão,
que não esquecesse ninguém."

Concluindo aquele assunto...

Tocqueville, Max Weber e Schumpeter pertencem a um período no qual o pensamento político abandona seus fundamentos metafísicos, adota como método de investigação o empirismo, e vive uma convergência realista. Contrários ao determinismo, estes autores observam a história como um conjunto de probabilidades, influenciado pelos acidentes e pela ação humana.

Os três autores destacam a importância das instituições humanas presentes na cultura, tais como as crenças, hábitos e costumes. Enquanto Tocqueville e Weber desenvolvem suas sociologias da religião, explicando de que forma a religião fundamenta a economia e a política na sociedade, Schumpeter desconfia da racionalidade como meio para a resolução do dissenso político.

Max Weber é destacado como pensador político, dentre outros aspectos, pelo seu método de investigação. Mas vale observar, sem perder de vista a grande contribuição de Weber, que já havia em Tocqueville uma abordagem da democracia como tipo ideal. Da mesma forma, se Schumpeter é lembrado por ter redefinido o conceito de democracia, estão no realismo de Weber os elementos de sua fórmula.

Tocqueville se preocupa com a marcha do princípio democrático sobre o aristocrático, Weber com o desencantamento do mundo provocado pela racionalidade, e Schumpeter com o advento do Socialismo. É a partir dessas transformações, que observam no mundo em que vivem, que esses pensadores desenvolvem suas teorias políticas. Por outro lado, as suas teorias políticas influenciam as transformações que observamos no mundo em que vivemos. Cabe aos pensadores políticos de hoje a formulação das teorias que influenciarão as próximas transformações.