sexta-feira, junho 27, 2008

RPM

"O que você vai fazer nas férias escolares de Julho? Nós vamos para o Acampamento da Juventude no 11º ENJR (Encontro Nacional da Juventude Revolução), para nos reunir com jovens trabalhadores, estudantes secundaristas e universitários de vários estados brasileiros, para trocar experiências, agrupar e organizar a luta da juventude pela revolução no Brasil e no mundo. E, nas horas vagas, como ninguém é de ferro, vamos aproveitar os recursos do Sítio das Borboletas em Ibiúna, para refrescar a cabeça (piscina, campo de futebol society, quadra de tênis, pista de dança, churrasqueira, etc.)".

Eu ainda não sei se o cartaz é sério ou se é uma espécie de contra-propaganda da oposição. Parece coisa do Opinião Popular. Se for verdadeiro, é o fim da história.

quarta-feira, junho 25, 2008

Joseph A. Schumpeter

Em Capitalismo, Socialismo e Democracia, Schumpeter discute “a natureza humana na política”, investigando a independência da vontade do eleitor, sua capacidade de interpretação dos fatos e seu poder de realizar inferências racionais. Ele argumenta que todos os grupos, ainda que não estejam reunidos fisicamente, facilmente se transformam em multidões psicológicas, perdendo capacidade de ponderação racional. Assim como os consumidores, os indivíduos parecem permeáveis à influência da propaganda e da persuasão.

Para Schumpeter, a intenção de agir racionalmente está restrita às coisas que se referem diretamente ao indivíduo, tais como sua família, negócios, passatempos, amigos, cidade, bairro, igreja e demais grupos sociais dos quais participe. Trata-se de um campo que ele pode influenciar e sobre o qual sua mente alcança “um senso pleno de realidade”. Um conjunto de aspectos de sua vida pelo qual ele “desenvolve um tipo de responsabilidade induzida por uma relação direta com os efeitos favoráveis ou desfavoráveis de determinado curso de ação". Dessa forma, há assuntos públicos que estão mais ao alcance dos cidadãos que outros. Nos negócios nacionais e internacionais sem vínculo com as preocupações individuais é reduzido o senso de realidade, o que reduz o senso de responsabilidade e extingue o desejo efetivo. Ainda que cada um possua suas próprias expressões, preferências e implicâncias, elas não chegam a ser o que se chama de vontade, “a contraparte psíquica de uma ação responsável e com objetivos”.

segunda-feira, junho 16, 2008

Teoria Política em Max Weber

Em sua teoria política Max Weber utilizou tipos ideais de diferentes níveis, tais como o capitalismo, a burocracia e os fundamentos da legitimidade. Para o pensador alemão, o capitalismo é definido pela existência de empresas cujo fim é a obtenção do maior lucro possível, e cujo meio é a organização racional da produção. A burocracia é a organização permanente da cooperação entre indivíduos, que executam tarefas especializadas de forma impessoal. A vida é racionalizada tanto pela ciência quanto pelo empreendimento capitalista e burocrático, em um processo de “desencantamento do mundo”, no qual as organizações anônimas e as relações impessoais podem massacrar a liberdade individual, seja pelo caminho capitalista ou pelo socialista. Neste sentido, Max Weber faz uma crítica ao pensamento político do século XIX, com uma boa dose de realismo.

Entre as suas reflexões mais debatidas está a que versa sobre a influência da religião sobre a conduta humana, sobretudo a econômica. Mesma questão levantada por Tocqueville, vale observar, com verniz mais político para o francês. Em A Ética Protestante e o “Espírito” do Capitalismo, Weber estuda o capitalismo não como um modo de produção, mas como uma cultura cujos elementos essenciais possuem afinidade com os fundamentos morais da tradição protestante puritana. O comportamento ascético do protestante se manifesta como um trabalho racional, executado em vista do lucro, desapegado dos bens materiais e que, portanto, resulta na acumulação necessária ao desenvolvimento do capitalismo. Assim como em Tocqueville e em Montesquieu, não há unilateralidade causal. O sistema de crenças influencia e é influenciado pelo sistema econômico.

sexta-feira, junho 06, 2008

This is the Sea



Riding Giants
Sony Pictures Classics

This is the Sea

The Waterboys

These things you keep
You’d better throw them away
You wanna turn your back
On your soulless days
Once you were tethered
And now you are free
Once you were tethered
Well now you are free
That was the river
This is the sea!

Now if you’re feelin’ weary
If you’ve been alone too long
Maybe you’ve been suffering from
A few too many
Plans that have gone wrong
And you’re trying to remember
How fine your life used to be
Running around banging your drum
Like it’s 1973
Well that was the river
This is the sea!
Wooo!

Now you say you’ve got trouble
You say you’ve got pain
You say’ve got nothing left to believe in
Nothing to hold on to
Nothing to trust
Nothing but chains
You’re scouring your conscience
Raking through your memories
Scouring your conscience
Raking through your memories
But that was the river
This is the sea yeah!

Now I can see you wavering
As you try to decide
You’ve got a war in your head
And it’s tearing you up inside
You’re trying to make sense
Of something that you just don’t see
Trying to make sense now
And you know you once held the key
But that was the river
And this is the sea!
Yeah yeah yeah yeah yeah yeah yeah!

Now I hear there’s a train
It’s coming on down the line
It’s yours if you hurry
You’ve got still enough time
And you don’t need no ticket
And you don’t pay no fee
No you don’t need no ticket
You don’t pay no fee
Because that was the river
And this is the sea!

Behold the sea!

Primeiro Movimento: Allegro



A Rio Folle Journée, cujo tema de 2008 é Beethoven, começou quarta-feira no Theatro Municipal com a 5ª Sinfonia. Ligia Amadio, regendo de salto alto, foi espetacular.

A famosa sonata "Pastoral", que você está ouvindo, vai ser apresentada no domingo na Sala Cecília Meireles. Será às 12h 30min, e os preços são populares.

terça-feira, junho 03, 2008

Epistemologia em Max Weber

Max Weber apresenta quatro tipos de orientação para a ação: ação racional com relação a um objetivo (zweckrational); ação racional com relação a um valor (wertrational); ação afetiva; e ação tradicional. Zweckrational é aquela na qual o ator define claramente seus objetivos e articula os meios disponíveis para atingi-lo. Wertrational é a ação orientada pela crença em um valor, independente de qualquer resultado extrínseco ao ator. A ação afetiva é aquela definida por uma reação emocional do ator, em dadas circunstâncias. Por fim, a ação tradicional é baseada em hábitos de longa prática.

Em A Ciência como Vocação, Weber considera a ação científica como uma combinação das duas ações racionais – orientada a um objetivo e orientada a um valor –, que possui como características o não-acabamento e a objetividade, isto é, vale para todos que busquem o tipo de verdade que ela pode oferecer. Para que a ciência seja universalmente válida o cientista não pode projetar seus juízos de valor em sua investigação. Max Weber distingue o julgamento de valor pessoal e subjetivo, praticado por todas as pessoas em seus cotidianos, da relação com os valores, adotada pelo cientista quando, por exemplo, considera que a liberdade era um valor para os homens que viveram no período histórico que estuda.

Embora ambas sejam de inspiração racional, as ciências humanas se distinguem das ciências naturais pela forma de compreensão, por serem históricas e por serem orientadas para a cultura. Para Weber, no caso das ciências naturais é preciso explicar os fenômenos por meio de proposições testadas pela experiência, para que se possa compreendê-las. Por outro lado, a conduta humana pode ser inteligível, pois o homem possui consciência. Baseado na teoria de Karl Jaspers, Weber adota a distinção entre explicação e compreensão. As condutas humanas são compreensíveis dentro de certos quadros, em outros as relações entre estados de consciência e estados físicos ou psicológicos deixam de ser inteligíveis, embora sejam explicáveis.

A idéia de que se pode compreender a conduta humana dentro de certos quadros levou Weber a defender que se pode explicar um fenômeno singular, no campo das ciências humanas, sem a intermediação de proposições gerais. Dessa forma, o estudo das obras e instituições construídas pelo homem deve levar em consideração as características singulares de indivíduos, épocas ou grupos. Um relato científico, seja histórico ou sociológico, é uma reconstrução seletiva e parcial dos fatos, baseada nas escolhas e dados disponíveis. Remete à Tocqueville a abordagem de Max Weber, segundo a qual não há relações necessárias de causalidade, há eventos que devem ser expressos em termos de probabilidades.

A concepção de “tipo ideal”, centro da doutrina epistemológica de Weber, está relacionada com as idéias de compreensão, racionalidade e causalidade descritas até aqui. Os tipos ideais organizam relações inteligíveis próprias de um fenômeno singular, e são tentativas científicas de racionalizar a realidade complexa, resumindo-a em uma visão parcial. Trata-se de um meio, isto é, um modelo de aproximação do método científico aplicado às ciências humanas.