quinta-feira, julho 19, 2007

República Democrática do Brasil

Um professor me disse, certa vez, que eu deveria desconfiar de toda propaganda corporativa. Se uma empresa “zela pela saúde de seus funcionários”, cuidado, você vai ficar doente. Ver uma placa com “125 dias sem acidentes” é porque você vai morrer. O mesmo ocorre na propaganda estatal. Se você mora em uma “República Democrática”, foge. Olha isso:

- República Democrática Alemã (antiga Alemanha Oriental);
- República Democrática Popular da Coréia (do Norte é claro);
- República Democrática do Congo;
- República Democrática do Timor-Leste;
- República Democrática do Povo da Argélia;
- República Federativa Democrática da Etiópia.

Por isso acho que devemos tomar cuidado com a busca por uma TV mais “democrática”. Se já não é consensual o uso de recursos públicos para sustentar uma TV pública, é extremamente controversa a criação de uma TV estatal, o que é muito diferente.

A TV Brasil vem aí. A RCTV, bem ou mal, ao menos está voltando ao ar. Eu vou ler um livro.

domingo, julho 15, 2007

Impossible is Nothing

Nadia Comaneci & Nastia Liukin.

domingo, julho 01, 2007

Samsung, Daewoo, Hyundai & Telefónica, Repsol, Santander

Há anos o Brasil não assina qualquer acordo comercial relevante, seja multilateral ou bilateral. Uma evidência de que são as empresas que exportam, e não o governo. Assim como são elas que geram empregos, e não as políticas públicas. O que cabe à política externa, do ponto de vista comercial, é a criação das melhores condições possíveis para que as empresas prosperem e os indivíduos tenham acesso aos mercados.

Uma oportunidade que se coloca hoje ao Brasil é a de assumir um posicionamento estratégico a favor do Estado de Direito, da democracia liberal, como fizeram Espanha e Coréia do Sul, por exemplo, nas últimas décadas. A Espanha adotou importantes reformas liberais, inclusive nas relações de trabalho, alcançando um lugar ao lado dos países mais desenvolvidos, após muitos anos de crescimento econômico contínuo. Grande parte do sucesso da Coréia do Sul é devida ao volume de recursos proveniente dos EUA, que não permitiriam um fracasso econômico ou político àquela altura da Guerra Fria.

Nossa oportunidade nasce com a ameaça do chavismo. Como disse José Maria Aznar, recentemente, temos suficiente experiência histórica para saber que o neo-socialismo latino-americano é um conjunto de idéias caducas: de populismo revolucionário, neo-estatismo, indigenismo racista e militarismo nacionalista. O Brasil deve ocupar uma liderança entre os países em desenvolvimento claramente contrária a estas idéias. Adotando o discurso de Aznar, devemos assumir a liderança de um caminho de abertura ao mundo, de respeito das liberdades individuais e da vigência do Estado de Direito. Uma posição que pode atrair investimentos, incentivar o empreendedorismo e a criação de empregos, gerando crescimento e reduzindo a pobreza. "Un camino de éxito, democracia y libertad."

Talvez seja um bom momento para começarmos uma mudança. Na arena política temos Chávez ameaçando o Mercosul e preparando-se para uma guerra de resistência contra os EUA. Por outro lado, nossos amigos portugueses assumem a União Européia. O quadro econômico se resume no fracasso da Rodada de Doha e do G-20, afastando os EUA para a Ásia mais uma vez. Talvez uma posição definitiva contra o neo-socialismo chavista, respaldada por um reforço das relações com Argentina, Uruguai e Paraguai, ajude a retomar as negociações com EUA e UE.

Enquanto isso, empresas espanholas e coreanas fazem cada vez mais parte do cotidiano de pessoas no mundo inteiro.